Ensino a distância: a lição de casa para o Brasil
Uma pesquisa da Fundação Victor Civita mostra melhoras nos cursos superiores a distância, mas ainda há muito por fazer
Os cursos universitários a distância costumavam ser tão malvistos na
academia brasileira que ganharam o apelido de "supletivos de smoking".
Lutava-se contra a sua regulamentação, que só se deu em 1996. A má fama
dessa modalidade em que o aluno se forma praticamente sem ir à
universidade - já tão disseminada em países de educação de alto nível -
persiste até hoje no Brasil. Em parte, pela resistência de uma turma
aferrada à velha ideia de que ensino bom, só na sala de aula. Mas também
pelo desconhecimento que ainda paira sobre esses cursos. Uma nova
pesquisa, conduzida pela Fundação Victor Civita, retirou um conjunto
deles dessa zona de sombra, produzindo um estudo que rastreou as
fragilidades e o que dá certo e pode ser exemplar para os demais.
Durante cinco meses, os especialistas analisaram os cursos de oito
faculdades (públicas e particulares) que oferecem graduação a distância
em pedagogia, a área que, de longe, atrai mais alunos - quase 300 000. O
retrato que emerge daí ajuda a desconstruir a visão de que esses cursos
fornecem educação superior de segunda classe. Em alguns casos, eles já
chegam a ombrear com tradicionais ilhas de excelência. Mas, no geral,
resta muito que avançar.
"Não dá
para deixar o aluno por si só o tempo inteiro. É preciso fazer uso
constante da tecnologia para conectá-lo ao professor", alerta a doutora
em educação Elizabeth Almeida, coordenadora da pesquisa.
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